terça-feira, 21 de maio de 2013

Trem Bala Rio - São Paulo

Fonte: O Estado de S. Paulo

Governo espanhol forma consórcio com empresas públicas e privadas para participação da licitação do trem de alta velocidade brasileiro, em agosto 

O governo espanhol está montando um consórcio com empresas públicas e privadas para participar da licitação do trem de alta velocidade (TAV), ou trem-bala, que ligará as cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. A afirmação foi feita ontem, em São Paulo, pela ministra de Fomento da Espanha, Ana Pastor Julián. Segundo a ministra, o grupo será formado apenas por empresas espanholas. O edital prevê que as ofertas sejam apresentadas até 13 de agosto. 

“Queremos apresentar um projeto que seja muito competitivo e sobretudo que dê soluções adequadas aos problemas do transporte no Brasil”, afirmou Ana Pastor. A Espanha, que passa por uma das piores crises econômicas de sua história, vê oportunidades de investimentos no Brasil também nas áreas de aeroportos, rodovias e ferrovias (leia abaixo). 

No caso do trem-bala, a participação inicial do governo espanhol será por meio das empresas publicas de operação ferroviária Renfe e do Administrador de Infraestruturas Ferroviárias (Adif). Entre as empresas privadas que podem entrar no grupo está a fabricante de trens Talgo. 

“Somos capazes de oferecer a operação completa, desde as obras civis até a tecnologia, a parte de eletrificação, segurança e controle”, disse a ministra. Além da Espanha, estão interessados no leilão consórcios de empresas da França (com provável participação da Alstom e SNCF), do Japão (liderado pela Mitsui), da Alemanha (com Siemens à frente) e Coreia. 

Ana Pastor ressaltou ainda a experiência da Espanha, que tem rede com 13,9 mil km de vias férreas, dos quais 2,9 mil km são de alta velocidade, “a segunda maior do mundo, depois da China”. Ela lembrou que a primeira linha de alta velocidade espanhola, entre Madri a Se-vilha, completou 21 anos. 

A ministra participou ontem de um café da manhã com empresários organizado pela agência espanhola de notícias EFE. A tarde, reuniu-se em Brasília com o ministro dos Transportes, César Borges, com o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, e com o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Jorge Luiz Macedo Bastos. 

Segundo a ANTT, a obra do trem-bala deve envolver recursos de R$ 35 bilhões. 

Modelo. Hoje, a ministra tem encontros com o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, e o ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos, Leônidas de Menezes Cristino. À tarde, retoma para a Espanha. 

Julio Gómez-Pomar Rodriguez, presidente da Renfe - que opera 300 trens de alta velocidade de diferentes companhias -citou como modelo o projeto Meca-Medina, que está em fase de construção por um consórcio público-privado envolvendo 12 empresas espanholas e duas sauditas. A linha de alta velocidade terá 450 km com capacidade para transportar cerca de 160 mil pessoas por dia. 

No caso do TAV brasileiro, que deve contemplar 511 km, empresas locais deverão participar da segunda etapa do projeto. “As empresas brasileiras terão participação gradativa no processo de nacionalização de componentes”, disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate. 

Segundo ele, a abertura dos envelopes com as propostas deve ocorrer em setembro. As obras só devem começar em 2015, com prazo de término até 2020. A concessão terá validade por 40 anos. 

Eólicas poderiam ajudar a economizar R$ 1 bilhão das térmicas


Fonte: http://veja.abril.com.br/

Turbinas de vento, para geração de energia eólica, instaladas na Prainha do Canto Verde, próximo a Fortaleza, Ceará
Capacidade atual da energia eólica no Brasil equivale a 72% da geração de toda a América Latina

Elbia Melo, presidente da Abeeólica, afirma que o alívio financeiro não evitaria riscos de racionamento, que exigem investimento na diversificação da matriz de energia do país


Chamada de energia de butique por Dilma Rousseff antes de assumir a Presidência da República, a energia eólica tem aumentado a participação dentro da matriz energética brasileira nos últimos três anos. Atualmente com potencial de 2,5 gigawatts (GW), a energia gerada pela força dos ventos deveria ter um papel ainda mais relevante no Brasil. O que impede um avanço mais rápido é o atraso médio de 18 meses nas obras das linhas de transmissão no Nordeste – como a que ligaria 184 cataventos da Renova, que estão parados na Bahia desde julho do ano passado e só devem começar a funcionar no final de 2013. Se esse e outros parques de geração de energia estivessem em funcionamento, provavelmente o custo do acionamento das termelétricas seria menor – a economia estimada de outubro a abril chegaria a 1 bilhão de reais. No entanto, a eólica seria importante apenas no lado financeiro. A solução para o risco de racionamento não é apostar numa matriz de energia, mas na diversificação. “A saída de médio e longo prazo são usinas hidrelétricas com reservatório e as térmicas como reserva. As demais são energias sazonais”, diz Elbia Melo, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), que conversou com o site de VEJA.
O país esteve próximo do racionamento de energia neste ano?O que se pode afirmar é que o país passou por dificuldade de fornecimento, considerando os níveis dos reservatórios, que estavam em patamares muito baixos na comparação histórica. A situação merece uma reflexão sobre a matriz de energia.
Os parques eólicos que ainda aguardam a instalação das linhas de transmissão poderiam minimizar esse problema?A percepção de risco seria a mesma. Esses parques estariam gerando 300 MW a mais e o país está consumindo 15 GW de energia térmica em tempo integral. Por outro lado, as eólicas que já estão instaladas geraram para o sistema uma média de 560 MW de energia em 2012, e contribuíram bastante. Mas caso tivéssemos gerando 300 MW a mais haveria uma economia de 150 milhões de reais por mês nos gastos com combustível das térmicas, além de outros benefícios para o meio ambiente pela eólica ser uma energia limpa.
Qual é a saída para evitar a situação de risco de racionamento?A eólica ajuda a melhorar o sistema de energia, mas não é a saída para o racionamento. A saída de médio e longo prazo é a diversificação da matriz, com usinas hidrelétricas com reservatório e as térmicas como reserva. As demais – eólica e solar, por exemplo – são renováveis, intermitentes e sazonais. Elas não são a solução de segurança. A prioridade para a geração é ter a termelétrica como fonte de reserva.
Neste momento, como está a instalação das linhas de transmissão que estão atrasadas?As linhas de transmissão associadas à energia eólica são dos leilões realizados entre 2009 e 2010. Seja em parques instalados ou em instalação, o atraso médio é de 18 a 24 meses. Ou seja, os parques que deveriam entrar em operação em 2012 e 2013 vão levar esse tempo a mais para começar a transmitir a energia gerada.
Esse problema afastou o interesse de investidores pelas eólicas?Não houve desconfiança porque a regulação brasileira deixou todos confortáveis. Todos os contratos tiveram direito a receita de geração, pois o atraso não foi por uma decisão deles. O aparato é bom e está sendo cumprido. O problema é que os gargalos de infraestrutura são maiores. É um processo de aprendizado que já teve efeito.
Qual é a probabilidade de haver uma repetição desses atrasos no futuro?Não vão se repetir no futuro. Há uma nova configuração para os leilões de energia. O plano de expansão das linhas transmissão foi antecipado. Antes, primeiro ocorria o leilão de energia e depois o da transmissão. A partir de agora, primeiro vai ocorrer o leilão da expansão das linhas e depois o leilão dos parques eólicos.

Licitação CPTM - 65 trens

Fonte: 

Foi realizada nesta segunda-feira (20/05) a entrega das propostas da licitação para a compra de 65 novos trens da CPTM. Foram entregues três propostas pela CAF Brasil, CNR e o consórcio Hyundai Rotem-Iesa.  A Revista Ferroviária apurou que as propostas foram entregues, mas não foram abertas por conta de liminares que tramitam na justiça. A CPTM deve aguardar o desfecho desses pedidos para então publicar no Diário Oficial a convocação das empresas para a abertura das propostas.

Um desses pedidos deve ser o de adiamento da entrega das propostas feito pela indústria nacional. Através da Abifer, as indústrias dizem que a margem de preferência que as companhias do país dispõem - de preço até 20% acima da eventual oferta de empresas estrangeiras - será diluída no sistema de cobrança de impostos previsto no processo.

Segundo uma reportagem publicada no site da Abifer, as empresas associadas temem que, caso nenhuma delas vença o leilão, as encomendas da indústria brasileira não sejam suficientes para que o setor atinja a meta deste ano de entregar três mil vagões. Segundo a associação, as entregas de vagões chegaram a 1.064 unidades nos quatro primeiros meses deste ano.

No último adiamento, no dia 7 de dezembro,  foi entregue uma única proposta, que foi desclassificada, pelo consórcio Frota CPTM (CAF Brasil Indústria e Comércio e Alstom Brasil Energia e Transporte. A proposta era com valor acima do orçamento estimado. A CPTM não informou o valor da proposta apresentada pelo consórcio, mas a Revista Ferroviária apurou que o valor foi em torno de R$ 4,2 milhões por carro.