Atrás da figura pública existe o homem, pelo visto as surpresa da vida que acontecem a todos os homens, está superando a figura pública. Ao homem torcemos para que supere as dificuldades e venha a ter saúde novamente, a figura pública esperamos que tenha a grandeza e despojamento para saber passar adiante as responsabilidades, para que o país não seja prejudicado.
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Fonte : Portal G1
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou neste sábado (9) uma reincidência do câncer diagnosticado em meados de 2011 na zona pélvica, e precisará se submeter a uma nova cirurgia em Cuba.
Em uma mudança inédita de tom, ele "indicou" o vice-presidente e chanceler Nicolás Maduro, de 50 anos, como seu sucessor caso precise se ausentar do poder.
Ex-motorista de ônibus, Maduro teve atuação no movimento sindical da categoria.
Ele é chanceler do governo Chávez desde 2006, e foi nomeado vice-presidente após a reeleição de Chávez em outubro.

O chanceler Nicolás Maduro dá entrevista em Caracas em 2 de maio (Foto: AFP)
Como ministro de Relações Exteriores, ele foi fiel às ideias diplomáticas do chavismo.
Ele é considerado, por diplomatas estrangeiros, uma pessoa afável e de trato fácil.
Maduro se aproximou de Chávez desde que o presidente anunciou sua doença, em junho de 2001.
Ele acompanhou Chávez várias vezes a Havana e era responsável de transmitir as notícias sobre o estado de saúde do presidente, o que foi interpretado como sinais de um possível processo sucessório.
Maduro é bastante respeitado no círculo mais próximo a Chávez. Considerado de tendência moderada dentro do chavismo, ele é um nome apreciado pelo governo de Cuba, importante aliado da Venezuela.
Chávez definiu Maduro como "um revolucionário por completo, um homem com muita experiência, apesar de sua juventude", e afirmou que é "um dos líderes jovens de maior capacidade para dirigir o destino da Venezuela com sua mão firme, com seu olhar, seu coração de homem do povo, com suas habilidades interpessoais, com o reconhecimento internacional que ganhou".
Pesquisas mostraram que o líder oposicionista Henrique Capriles venceria Maduro nas urnas, mas analistas acham que ainda é muito cedo e que o cenário pode mudar.
Maduro foi eleito para a Assembleia Nacional em 2000. Sua defesa das políticas do chavismo logo fizeram dele um "protegido" do presidente.
Ele chegou à presidência da Assembleia, e após virar ministro entregou o cargo a sua mulher, Cilia Flores, uma advogada que se tornou a primeira mulher presidente da Casa, entre 2006 e 2011.
Quando Chávez foi preso em 1992, após uma frustrada tentativa de golpe, Cilia Flores liderou a equipe jurídica que o libertou dois anos depois. Ela agora atua como procuradora-geral do país.
Maduro e Ciria são considerados um "casal poderoso" nos círculos do governo.
Com o endosso de Chávez a Maduro, ficam à margem as ambições de outros nomes do Partido Socialista, como o presidente da Assembleia, Diosdado Cabello, menos popular entre os venezuelanos, mas com mais ligações com o exército e o empresariado.
Logo após o discurso de Chávez, ele manifestou apoio à decisão do presidente.
A Constituição da Venezuela estabelece, que se ocorrer a falta absoluta de um presidente antes da posse, deverão ser realizadas novas eleições em um período de 30 dias e, enquanto isso, o presidente do Parlamento assumirá o cargo.
Se a falta ocorrer nos primeiros quatro anos de mandato, também serão convocadas eleições, mas o vice-presidente, o próprio Maduro, exercerá temporariamente o cargo.
Chanceler
Como chanceler, Maduro adotou ao pé da letra o discurso anti-imperialista do presidente, hostil aos Estados Unidos, assim como a defesa dos regimes da Síria ou do falecido líder líbio Muanmar Kadhafi.
Em julho, Maduro foi acusado pelo governo do Paraguai de ingerência, por ter incitado os comandantes militares paraguaios a evitar a destituição do presidente Fernando Lugo em um julgamento político no Congresso.
Ao mesmo tempo, participou dos processos de integração regional impulsionados pela Venezuela nos últimos anos, como a Celac, assim como das negociações com os novos sócios político-econômicos da Venezuela, como China e Rússia.
Nos últimos meses, durante a recuperação de Chávez, o chanceler, unido sentimentalmente à procuradora-geral da República Cilia Flores, adotou um papel mais protagônico na diplomacia venezuelana, substituindo-o em conferências internacionais, como a Cúpula das Américas realizada em Cartagena (Colômbia) em abril.
Diálogo
"Ele não é ruidoso verbalmente e parece ser uma pessoa com natureza de chanceler, disposta ao diálogo", define o cientista político Ricardo Sucre. "Além disso, é a opção dos (líderes cubanos Fidel e Raúl) Castro", diz o professor da Universidade Central da Venezuela.
Da mesma opinião é a historiadora Margarita López Maya, que destaca "a fidelidade deste político, que se posicionou como o melhor porta-voz internacional do governo de Chávez".