O diretor de manutenção do Metrô de São Paulo, Milton Joia, afirmou na noite de quarta-feira (20) que é “impossível” que os trens da cidade comecem a operar por 24 horas em menos de 20 ou 30 anos. O servidor admitiu ao iG que a rede de Metrô da quarta maior cidade do mundo é pequena e não foi concebida para funcionar sem pausas. As declarações foram dadas depois de sua participação emaudiência pública sobre o assunto , organizada pelos deputados Luiz Cláudio Marcolino (PT) e Leci Brandão (PCdoB-SP), na Assembleia Legislativa do Estado.
Diretor Milton Joia em audiência pública sobre o Metrô 24h realizada na quarta-feira (20), em São Paulo
Todo o projeto foi concebido para operar do jeito que está, assim como em Paris (França), Tóquio (Japão), Londres (Inglaterra) e Seul (Coreia do Sul). Todas operam do mesmo jeito que a gente, com exceção de Nova York (Estados Unidos). Então qualquer alteração seria uma mudança radical em tudo o que a gente faz. É impossível? Eu acho que nos próximos 20 ou 30 anos é impossível. Mas, a gente pode começar a trabalhar nesse sentido, tá bom?”, afirmou antes de confirmar que as próximas linhas do Metrô a serem entregues também não foram idealizadas para atender esta demanda.
Marcolino e Leci são os autores de dois projetos de lei sobre o assunto que tramitam de forma indexada na Assembleia. O petista entrou com uma proposta (PL621) em 2011 para que o Metrô funcione sem parar todos os dias. Já o projeto de lei de Leci Brandão propõe que o transporte fique aberto ininterruptamente pelo menos aos fins de semana. O tema ganhou ainda mais força recentemente, quando um abaixo-assinado, criado no site da Avaaz.org, sobre o mesmo assunto conseguiu o apoio de mais de 90 mil pessoas.