quinta-feira, 25 de julho de 2013

Mobilidade Urbana

Fonte: ANPTrilhos

Na terça-feira (23), representantes da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) participaram de reunião do Comitê Técnico de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana do Conselho das Cidades, no Ministério das Cidades, em Brasília (DF).

Coordenado pelo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, e pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o evento foi realizado com o objetivo de discutir o Pacto de Mobilidade Urbana, proposto pela Presidente da República Dilma Rousseff, que prevê investimentos de R$ 50 bilhões em transporte público e também a Lei de Mobilidade nº 12.587/12.

A gerente Executiva da ANPTrilhos, Roberta Marchesi,  ressaltou o apelo social para a eficiência do transporte público no País. “O clamor que veio das ruas nos últimos dias é muito claro: precisamos dar qualidade ao transporte público urbano brasileiro com disponibilidade no território; adequação da oferta à demanda; segurança; conforto; integração dos sistemas e preço justo”, afirma.

A entidade reivindica ao governo federal que restitua um desconto, previsto na legislação, no custo com energia elétrica para o transporte de passageiros sobre trilhos. Embora vigente por meio do Decreto nº 62.724/1968, o desconto, que era de 75%, foi zerado ao longo do tempo pelo governo.

A energia é um dos insumos básicos para a operação dos sistemas metroferroviários. A tração que movimenta os trens representa 80% dos gastos das operadoras desse tipo de transporte com energia elétrica. A energia é o segundo maior item do custeio da operação, sendo o custo de pessoal a maior parcela. Para se ter uma ideia, a participação do custo de energia elétrica chega a representar de 7% a 35% dos gastos totais.

Em audiência, na semana passada, com o ministro das Cidades, a associação, que representa os operadores de transporte de passageiros sobre trilhos (trens e metrôs) do País, formalizou o pleito e se comprometeu a investir a totalidade do desconto obtido em melhorias no sistema de transporte sobre trilhos, assegurando melhor qualidade aos usuários.

Além disso, a ANPTrilhos propõe a criação de um fundo que aplique obrigatoriamente o valor gerado com esse desconto na manutenção e melhorias do sistema já existente. “É necessário que as políticas públicas alcancem a modernização e o aperfeiçoamento da operação dos sistemas existentes, pois o transporte urbano é um serviço público, de cunho social, que deve melhorar a qualidade de vida população e não piorar”, explica a gerente executiva.

Segundo a ministra do Planejamento, o encontro com os conselheiros do ConCidades para esse primeiro debate é de extrema importância “As propostas recebidas serão apresentadas oficialmente ao governo e aprofundadas visando a definir as diretrizes a serem seguidas, tanto em relação a projetos de execução imediata quanto naqueles mais estruturantes”, afirmou.

De acordo com o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, os debates realizados pelo Comitê devem definir as políticas de mobilidade urbana que atendem melhor à população e direcionar melhor os investimentos.

Infraestrutura

Fonte:  O Estado de São Paulo

O vice-presidente de Relações Institucionais da Camargo Corrêa, Marcelo Bisordi, disse nesta quarta-feira, 24, que o governo precisa colocar na rua projetos de infraestrutura mais qualificados para diminuir riscos dos empreendimentos e assegurar a infraestrutura necessária ao crescimento do País. De acordo com ele, esse é um dos motivos para o mercado levantar dúvidas quanto à viabilidade das concessões de transportes planejadas pelo governo no segundo semestre.

Bisordi reconhece que o governo tem o fator tempo como limitador e, por isso, deseja iniciar o processo de concessões o mais rápido possível. No entanto, muitos desses projetos ainda deixam dúvidas quanto ao real custo final, como por exemplo, o Trem de Alta Velocidade (TAV) que vai ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. “Hoje há uma incerteza sobre o risco muito grande”, afirmou, sobre os projetos de concessões.
O executivo sugere que, ao colocar o edital na rua, o governo já tenha pronto um projeto executivo da obra a ser realizada no lugar de um projeto básico, como ocorre atualmente. “Se o governo não colocar na rua um projeto mais qualificado do que está colocando hoje, não vai conseguir a infraestrutura necessária para o País crescer.”

Pela empresa CCR, da qual é acionista, a Camargo Corrêa já investe em concessão de rodovias, mobilidade urbana e aeroportos, mas planeja entrar no segmento de ferrovias de carga. A Camargo Corrêa também tem investimentos no setor de energia por meio da CPFL, no setor de vestuário com a Alpargatas, e no segmento naval com o Estaleiro Atlântico Sul, além de ativos nas áreas de incorporação imobiliária e engenharia e construção.

Mão de obra
Bisordi disse ainda que apenas cerca de 30% da mão de obra contratada para trabalhar nas obras e que passa por treinamento permanece na companhia. A declaração foi feita para ilustrar o problema da falta de trabalhadores qualificados na indústria e a forte concorrência entre as empresas por mão de obra.

De acordo com Bisordi, a escassez de trabalhadores qualificados foi um dos responsáveis pelo aumento dos custos das empresas com mão de obra. No caso da Camargo Corrêa, disse o executivo, a alta nos últimos dez anos foi de 60%, enquanto a inflação avançou cerca de 30%. “O crescimento do Brasil se deu pela entrada de pessoas no mercado de trabalho, e não pela mão de obra qualificada”, afirmou, durante evento da Câmara Americana de Comércio.