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A VLI (Valor da Logística Integrada), empresa de logística da Vale, em parceria com a Tríxel, desenvolveu um sistema de visualização tridimensional com capacidade de determinar com precisão o gabarito ferroviário e definir o uso de locomotivas maiores que podem superar os entraves existentes na malha, o que, segundo a empresa, garante mais produtividade às operações. O sistema funciona por meio de fotos em alta resolução tiradas de diferentes ângulos ao mesmo tempo, a tecnologia faz a restituição das imagens pela detecção dos pixels e reconstrói a ferrovia de forma digital com alta precisão.
Um exemplo da funcionalidade do sistema é que através dele a VLI pode verificar a necessidade de trocar uma ponte, rebaixar a linha em um trecho do corredor Centro-Leste, entre as cidades de Azurita e Araguari, em Minas Gerais, onde não era possível passar a locomotiva, e ainda fazer a adequação geométrica na Serra do Tigre. Essas intervenções possibilitaram o uso das locomotivas Dash 9.
O gerente geral de processos ferroviários da VLI, João Silva Junior, informa que o corredor Centro-Leste da ganhou produtividade. “Antes, eram necessárias seis locomotivas SD 40 para a movimentação de 90 vagões.
Agora, bastam cinco locomotivas Dash 9 – mais potentes - para transportar o mesmo número de vagões. Ou seja, ganhamos mais confiabilidade nas operações com essas locomotivas, que são mais modernas, e reduzimos o consumo de combustível. Com isso, diminuíram os custos operacionais e também tivemos ganhos ambientais, já que usamos menos diesel”, explica.
O sistema
O sistema é formado por três módulos. O primeiro é composto pelo equipamento, que é montado sobre uma prancha puxada por um veículo ferroviário. Ao chegar a uma velocidade de 40 km por hora, as 14 câmeras da estrutura mantêm-se posicionadas em diferentes ângulos e tiram fotos em alta resolução de forma sincronizada, gerando um modelo tridimensional a cada 10 metros. “O software cria um ambiente de realidade virtual com uma precisão de 2 cm”, explica o diretor de desenvolvimento da Tríxel, Paulo Pinto de Oliveira.
O segundo módulo garante o posicionamento exato dos pontos. O equipamento tem um GPS geodésico, que oferece mais precisão, e um sistema de navegação inercial, que permite manter a localização mesmo nos trechos sem cobertura dos satélites, como em túneis.
Com base neste estudo da malha é possível usar as informações para implantar diferentes composições. O terceiro módulo é conhecido como Passa-trem. Esse software cria um modelo digital das locomotivas a partir de suas medidas. Em seguida, é feita uma simulação do trem em movimento no trecho levantado para detectar os pontos de colisão.