quarta-feira, 1 de maio de 2013

VLT de Cuiabá

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As obras do VLT em Cuiabá, além de trazerem modernidade para a Capital, também desenterram um passado importante da cidade, que completou recentemente 294 anos de fundação. Durante as prospecções arqueológicas da Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), onde serão implantados os trilhos do VLT, técnicos encontraram vestígios de 10 sítios arqueológicos, que podem detalhar a história desta região, considerada o centro antigo. 

Ao longo dos cerca de 2 km do canal, que têm cobertura (que começa próximo ao Hospital Ortopédico e vai até o Porto) foram identificados os sítios arqueológicos, que apresentaram algum tipo de potencial, cujos detalhes, por enquanto, não podem ser antecipados. No local foram encontrados fragmentos de cerâmicas, louças e calçadas muito antigas. 

O coordenador do Departamento Ambiental do Consórcio VLT, Ricardo Mastrangelli, explica que na história de Cuiabá, existem elementos que indicam que, antes da construção da Avenida da Prainha, havia moradias na região, hipótese que pode ganhar ainda mais sustentação com possíveis achados. “Existem indícios de que, no entorno do córrego, foram construídas casas e pequenas ruas. E é isso que a sondagem e o estudo arqueológico poderão identificar e ajudar a complementar a história da Capital. Todo o material coletado será destinado ao IPHAN”. 

Ao final, os resultados desses trabalhos serão reunidos e compilados. A intenção é que eles sejam publicados no museu virtual que está sendo desenvolvido pela equipe de arqueologia do Consórcio VLT e que será disponibilizado à população, como um verdadeiro acervo de objetos, expressões culturais e personalidades de Cuiabá e Várzea Grande. 

A superintendente do IPHAN, Marina Lacerda, explica que os sítios são locais que apresentam potencial de vestígios arqueológicos. No caso das prospecções realizadas pelo Consórcio VLT, ainda não é possível precisar se serão encontrados mais materiais nesses sítios. “Tudo vai depender do material coletado; esse tipo de atividade arqueológica é sucedido de uma segunda etapa, a de resgate, cujo projeto está sendo analisado pelo instituto, que também é responsável pela autorização desse procedimento”, diz Marina. 

Ela acrescenta que, nos resgates acompanhados pelo IPHAN, todo material coletado é encaminhado para uma instituição de guarda, que tem a responsabilidade de armazenar esse material por um período. “O instituto, juntamente com o empreendimento, fazem a análise para ver qual a destinação que será dada, como por exemplo, verificar se há potencial museológico, ou se apenas ficará guardado”, diz. Ela reclama que, no Brasil, não há política de descarte de material resgatado. 

Mas os sítios identificados na Prainha não foram as únicas descobertas com as obras do VLT, outros três locais históricos foram identificados. Um às margens do Rio Cuiabá, outro no Rio Coxipó e um terceiro próximo à igreja do Rosário. 

OBRAS 

O secretário da Copa, Maurício Guimarães, garante que as descobertas não vão interferir na execução das obras para o Mundial. Segundo ele, os trabalhos de sondagem e prospecção arqueológica estão previstos no projeto. “A única diferença é que vamos ter um cuidado maior na área para preservar nosso patrimônio”, salientou, avisando que, nos locais onde foram encontrados sítios arqueológicos, as obras seguirão normalmente. (Com Repórter MT) 

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