terça-feira, 5 de março de 2013

VLT de Cuiabá

Fonte: Mídia News


As obras de construção do viaduto da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), na Avenida Fernando Corrêa da Costa, já estão na fase de concretagem das travessas que irão sustentar as vigas, as lajes e o pavimento do elevado. Cerca de 130 homens estão trabalhando na obra.

As informações são do Consórcio VLT Cuiabá, responsável pela construção do viaduto e das demais obras de arte que integram o pacote de obras para implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Grande Cuiabá, orçado, no total, em R$ 1,47 bilhão.

Os pilares que estão sendo construídos no momento devem sustentar a via central permanente, por onde circulará o VLT, e as faixas de rolamento que irão conduzir o tráfego no sentido centro-bairro.

Edson Rodrigues/Secopa
Obra deve ser concluída ainda no primeiro semestre deste ano
Já os pilares que irão sustentar as faixas que fazem o sentido bairro-centro serão construídos em uma segunda etapa da obra, pois serão localizados exatamente na via que hoje é usada pelos veículos para passagem. Ao todo, serão erguidos 10 eixos, formados por três pilares cada.

Além disso, já estão em andamento as fases de escavações mecânicas e manuais, bem como a remoção de interferências (instalações enterradas), carga, transporte e descarga de material , topografia e instalação de uma nova estrutura de rede de energia.

Fase da obra

No momento, o consórcio trabalha no corte, dobra e armação das ferragens, escoramento e montagem das formas. Feito isso, terá início o processo de lançamento do concreto.

Cada travessa deve consumir aproximadamente 35 toneladas do material. Em seguida, a obra passa pela fase de secagem do concreto, que dura cerca de duas semanas. Após isso, o Consórcio irá retirar o escoramento e as formas, dando sequência à construção do viaduto.

O viaduto


O Viaduto da UFMT terá 428 metros e compõe o pacote de obras de engenharia previstas na licitação do VLT. 

O elevado será erguido sobre os entroncamentos das avenidas Brasília, Fernando Corrêa da Costa, Tancredo Neves e a via de acesso ao campus da UFMT.

A obra será constituída de duas faixas de circulação por sentido para o tráfego geral e uma via central permanente para a passagem do VLT.

A previsão é de que os trabalhos sejam concluídos até abril de 2013.



Metrô de Fortaleza

O grifo foi nosso (Linha Sul), devido a estar se falando em Linha Leste e a Linha Sul ainda não conta com um sistema de sinalização e controle formal instalado ou em licitação. Segundo informações oficiosas, devem ser realizadas "Consultas Públicas", para a definição das especificações a fazerem parte da licitação para tal.
eufariassim

Fonte: 


O governador Cid Gomes anunciou ontem, durante reunião com o secretariado do Estado, que a Ordem de Serviço da Linha Leste do Metrô de Fortaleza será dada ainda no mês de julho, quando devem chegar as tuneladoras, que vão escavar 13 km de extensão subterrânea. A presidente Dilma Rousseff, aliás, virá à Capital cearense no próximo dia 21 de março para a assinatura do convênio que garantirá verbas para construção da linha. No total, R$ 3,3 bilhões serão investidos - o maior aporte em obras na história do Ceará.

Além da assinatura do convênio, a agenda da presidente no Ceará envolverá também a entrega do terreno de 1,9 mil hectares, do governo estadual para a Petrobras, onde será construída a refinaria Premium II, outra grande obra muito aguardada.

Trecho
A linha Leste do Metrô da Capital terá 13 km de trilhos que ligarão o Centro à Universidade de Fortaleza (Unifor), percorrendo diversos bairros da área nobre da Capital. Segundo a Secretaria de Infraestrutura do Ceará (Seinfra), a previsão é que as obras tenham início ainda no primeiro semestre de 2013. Ainda na reunião de ontem, Cid Gomes informou que esse trecho do Metrofor deverá ser executado em sistema de consórcio ou no regime Parceria Público-Privada (PPP), o que ainda será avaliado. O governador reforçou que, do total investido, R$ 1 bilhão será oriundo da União, outro R$ 1 bilhão do FGTS e o restante do governo estadual.

O projeto da Linha Leste do metrô será operado com trens elétricos e prevê a construção de onze estações integradas às linhas Oeste e Sul na estação central Chico da Silva.

O trajeto da linha Leste seguirá por túnel subterrâneo obedecendo, em boa parte, a extensão da avenida Santos Dumont. Ao todo, serão construídas 11 estações. São elas: Estação da Sé, Luiza Távora, Colégio Militar, Nunes Valente, Leonardo Mota, Papicu, Hospital Geral de Fortaleza, Cidade 2.000, Bárbara de Alencar, Centro de Eventos do Ceará e Edson Queiroz.

Linha Sul
Sobre a Linha Sul do Metrô de Fortaleza, o que foi falado ontem diz respeito somente ao valor que será investido neste ano. Segundo Cid Gomes, o montante previsto é de R$ 249,1 milhões - o maior valor aplicado no Metrofor desde 2010.

Metrô de Curitiba

Fonte: 


A implantação da proposta atual do metrô curitibano, finalizada durante a gestão Luciano Ducci (PSB), depende de um subsídio anual de R$ 190 milhões a R$ 200 milhões, segundo o prefeito Gustavo Fruet (PDT). A definição de quem vai bancar essa despesa (município, estado ou União), assim como medidas para diminuir o valor, é uma das justificativas da prefeitura para a revisão do projeto para a obra. A estimativa é que as mudanças sejam finalizadas em 60 dias.

Fruet tratou das alterações on­­tem com as ministras da Ca­­sa Civil, Gleisi Hoffmann, e do Planejamento, Miriam Bel­­chior, no Palácio do Pla­­nalto. O prefeito declarou que a composição do projeto pode ter outras fontes de receita e ser beneficiado com reduções tributárias. “Mas é preciso amarrar isso já, não depois que o metrô estiver funcionando.” Nas contas dele, se a prefeitura arcar com o subsídio sozinha pode comprometer toda sua capacidade de investimento apenas com a operação do metrô.

Em junho do ano passado, ainda na gestão Ducci, a prefeitura lançou o edital de licitação da obra, avaliada em R$ 2,33 bilhões. A previsão era de que a operação do sistema custaria R$ 170 milhões por ano, com base em uma tarifa técnica por passageiro de no máximo R$ 1,81. O valor correspondia à soma do custo operacional (R$ 1,15 por passageiro), que foi reduzido devido ao repasse da verba de R$ 1 bilhão a fundo perdido pelo governo federal, com o lucro da concessionária responsável pela operação (R$ 0,66 por passageiro).

Fruet viajou a Brasília acom­­panhado por uma equipe de técnicos encabeçada pelo secretário de Planejamento e Gestão, Fábio Scatolin. A prefeitura também quer a chancela da Empresa Brasileira de Projetos (EBP), vinculada ao BNDES e ao Banco do Brasil, na formatação do novo projeto. “Precisamos de um projeto básico com mais consistência antes de lançarmos o novo edital”, afirmou Fruet. A expectativa dele é de que, depois da conclusão das mudanças na proposta em 60 dias, a licitação possa ser realizada durante o segundo semestre e as obras comecem em 2014.

Traçado não muda
O prefeito garantiu que, apesar das alterações, a linha vai seguir o mesmo traçado, de 14,2 quilômetros. Ele descartou a possibilidade de utilizar o recurso de R$ 1 bilhão do governo federal em outra obra. “É um dinheiro carimbado para o metrô, não tem como mudar. Se eu pudesse fazer isso, como já disse antes, teria destinado para a melhoria do atual sistema.”

Veículo Leve sobre Trilhos
Além da obra do metrô, o prefeito Gustavo Fruet disse que avalia outros projetos para revitalização das principais linhas de ônibus já existentes em Curitiba. Segundo ele, é preciso aprimorar o sistema circular de ligação dos bairros, feito atualmente pela linha Interbairros 2. “A discussão é se a gente substitui o sistema atual de superfície por um novo modal”, declarou. Segundo ele, há possibilidade de se utilizar o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), conforme antecipou no domingo o jornalista Celso Nascimento em sua coluna, mas que a proposta ainda é “incipiente”. Durante a reunião com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, Fruet reforçou o convite a ela e à presidente Dilma Rousseff para visitar Curitiba em uma data próxima ao aniversário da cidade, em 29 de março.

Thales

Source: http://www.railway-technology.com/

Ottawa light rail transit project
Image: Thales will install its semi-automatic CBTC system on the 12.5km Ottawa LRT, covering 13 new stations and a 2.5km tunnel under Ottawa city centre. Image: courtesy of Ottawa Light Rail.

Thales Canada's transportation solutions business division has secured an order to deliver advanced signalling systems for the new Ottawa Light Rail Transit (OLRT) project.
Under the deal, Thales will install its communications-based train control (CBTC) system technology on the 12.5km Ottawa LRT east-west Confederation Line; the company's Toronto office will design, build and maintain the systems in addition to supporting their installation and commissioning.
Thales Canada vice-president and managing director of transportation solutions Michael MacKenzie said that Thales installed its CBTC technology on the Toronto SRT and Vancouver SkyTrain Expo Line in 1985 to provide better operational performance as well as improve safety and reliability.
"In Canada over the years, we added SkyTrain's Millennium and Canada Lines and we are now working on Edmonton Transit's North LRT and Vancouver's Evergreen Line," MacKenzie said.
Thales Canada's CBTC system is semi-automated, incorporating automatic train supervision and protection technology to assist drivers with a safe and reliable operation.
"Thales installed its CBTC technology on the Toronto SRT and Vancouver SkyTrain Expo Line in 1985 to provide better operational performance as well as improve safety and reliability."
Rideau Transit Group (RTG) was selected in February 2013 to design, build, finance and maintain the C$2.1bn ($2bn) first line of the OLRT project.
RTG is a consortium led by ACS Infrastructure Canada, and comprises Alstom, Dragados, SNC-Lavalin, EllisDon and Veolia.
Work under the first phase of the project involves the construction of a 12.5km light rail line through the city, with work scheduled to start in spring 2013.
The new line will run from Tunney's Pasture Station to Blair Station, including a 2.5km downtown tunnel from Brickhill Street to south of Laurier Avenue, while the remaining LRT alignment will follow the city's existing bus rapid transit corridor, Transitway.
Around 13 new stations will be built along the route, three of which will be located in the underground downtown core portion.
Scheduled to be open by 2018, the new LRT line will transport an estimated 10,000 people an hour in each direction during the morning rush hour, saving transit riders around 15 minutes on their daily commute.

segunda-feira, 4 de março de 2013

MPE


Fonte: Grupo MPE/ABIFER


Na última quinta-feira (28/02), o Rio de Janeiro recebeu a primeira fábrica de trens Monotrilhos. A inauguração contou com a presença do presidente da ABIFER, Vicente Abate. A fábrica pertence ao Grupo MPE, associada da ABIFER e tradicional empresa de engenharia, com sede no Rio de Janeiro, e a sua sócia Scomi, detentora da tecnologia do Monotrilho, com sede em Kuala Lumpur, na Malásia. Os dois grupos apostam na produção desses trens no Brasil e já contam com um contrato de R$ 340 milhões para produzir 24 trens para a linha 17 do Metrô de São Paulo. O Monotrilho é um sistema de transporte que circula em vias elevadas com os carros movidos a propulsão elétrica sobre pneus de borracha, um dos mais modernos sistemas de transportes de massa do mundo. 

A nova fábrica vai funcionar numa área de 50 mil metros quadrados no Distrito Industrial de Palmares, em Paciência, às margens da Avenida Brasil, principal acesso rodoviário à cidade. O investimento para instalar a primeira linha de montagem foi de R$ 30 milhões, número que poderá aumentar, chegando a R$ 50 milhões, dependendo da demanda do mercado por monotrilhos, principalmente no Rio de Janeiro, onde há estudos de viabilidades em andamento. Cerca de 500 empregos serão gerados nesta primeira fase, entre administradores, engenheiros, técnicos, soldadores, eletricistas, mecânicos e inspetores de qualidade. 

A unidade vai produzir monotrilhos e também fazer a montagem dos sistemas embarcados que compõem os trens, que serão fabricados em alumínio. A fabricação conta com um elevado índice de nacionalização. A MPE, Scomi e a Brasell formaram uma nova empresa de nome Quark que ficará responsável na fabricação de todos os próximos monotrilhos no Brasil e na América Latina. Esta parceria está envolvida para implementar o monotrilho em Manaus (AM). 

No contrato para a Linha 17 do Metrô de São Paulo, serão produzidos 24 trens. Inicialmente, cada trem será formado por 3 carros, totalizando 72 carros de monotrilho. A linha 17 prevê transportar 252 mil passageiros por dia, a partir de 2015. O primeiro trecho, entre o aeroporto de Congonhas e a estação Morumbi da linha 9 da CPTM está prevista para 2014. 

Sistema Monotrilho: novidade no Brasil 

O Monotrilho tem se consolidado, no mundo inteiro, como uma das melhores alternativas em transporte de massa de passageiros. Exemplos de sucesso podem ser vistos no Japão, Austrália, Alemanha, Orlando, Kuala Lumpur e China. Segundo seus operadores em cerca de 60 anos de existência, o sistema transportou mais de um bilhão de pessoas sem nunca ter registrados acidentes fatais. Somente em Chongqing, China, são transportados mais de 500 mil passageiros por dia. 

Entre seus diferenciais destacam-se: a leveza das vias, quase sempre aéreas, o relacionamento amigável com o meio ambiente. É silencioso e não emite poluentes. Sua capacidade de enfrentar traçados com curvas e inclinações superiores a outros modelos de transporte de mesma capacidade. 

Fundado em 2003, na Malásia, o Grupo SCOMI está presente em 27 países empregando diretamente mais de 3 mil pessoas. Sua atuação se destaca mundialmente pelo desempenho na área de petróleo e gás e pelo desenvolvimento e fabricação de tecnologia e produtos no âmbito do transporte marítimo e de passageiros. Os sistemas de Monotrilho em Kuala Lumpur e Mumbai, este último em fase de implantação, ilustram a experiência da empresa na fabricação e no aprimoramento do sistema Monotrilho. 

O Grupo MPE é um dos maiores grupos de engenharia do Brasil e atua fortemente no segmentos de transporte metroferroviário, desenvolvendo, aperfeiçoando e propondo soluções integradas. Com matriz na cidade do Rio de Janeiro, a MPE tem sua estrutura presente em praticamente todo o Brasil, executando importantes contratos junto às mais representativas empresas operadoras do setor como o Metrô SP, CPTM SP, Metrô RJ, Riotrilhos, Metrô de Salvador, CBTU, RFFSA, TRENSURB, Supervia, MRS Logística entre outras. 

Juntos, os grupos SCOMI, MPE e Brasell constituíram a Quark Soluções em Transportes Ltda. Uma empresa Brasileira que nasce com o objetivo de desenvolver soluções em transportes para a crescente demanda por mobilidade nas cidades, tanto no Brasil como no mundo.

A inauguração da primeira fábrica, do Grupo no Brasil, demonstra a confiança destas empresas na economia nacional e na transferência de tecnologia como mecanismo de catapultar o país para patamares de desenvolvimento e competitividade em níveis globais. 

Trensurb

Fonte: 


A Trensurb comemora nesta segunda-feira (04/03) 28 anos de operação comercial.  No sábado (02/03) foi o aniversário de inauguração da linha metro ferroviária. Para celebrar a data, a empresa realizará ações nas estações da Linha 1, como a distribuídos kits promocionais aos passageiros. As atividades comemorativas acontecerão nas estações Mercado (04/03), Mathias Velho (06/03), Esteio (08/03), Sapucaia (11/03), São Leopoldo (13/03) e Santo Afonso (15/03).

Atualmente, a Linha 1 conta com 19 estações e a Trensurb se prepara para inaugurar mais três: Industrial, Fenac e Novo Hamburgo.   No ano passado, a companhia a Trensurb alcançou seu maior índice anual de satisfação do usuário. Na pesquisa de opinião realizada em novembro, 95,75% dos entrevistados declararam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com o serviço oferecido pelo metrô. A pesquisa é realizada desde 2007.

Uma dos maiores destaques da Trensurb para 2013 será o aeromóvel. O primeiro veículo, fabricado pela T’Trans, chegará no início de abril. Ainda não há previsão para o início da operação comercial.

Concessões

Fonte: 


Grupos nascidos da construção pesada iniciaram conversas com empresas especializadas em administração de ferrovias à procura de parceiros para as novas concessões do setor. Entretanto, apesar do interesse na formação de consórcios, a iniciativa privada tem dúvidas sobre o modelo do governo e vê riscos nos aportes bilionários exigidos pelo programa de concessões.

Para as empresas, a maior insegurança reside no fato de a estatal Valec ser a responsável por remunerar o investimento. Diferentemente dos contratos antigos, no novo desenho a concessionária não pode transportar cargas na própria ferrovia - para não causar dificuldades para concorrentes. A Valec comprará do concessionário, ano a ano, a capacidade total de movimentação na ferrovia. Por um lado, o modelo elimina o risco de demanda, já que a Vale garante a compra. Por outro, cria um risco governo.

O receio dos executivos é que, no futuro, um novo governo possa tomar medidas que modifiquem a remuneração da concessionária da ferrovia - por exemplo, interrompendo o desembolso feito pela Valec antes que os investimentos do concessionário sejam amortizados. Ciente da preocupação, o governo não abriu mão do modelo, mas sinalizou que pode publicar uma medida provisória para aumentar a segurança do investidor - colocando também a União como responsável pelos pagamentos.

Além de considerar o risco governo no pacote de ferrovias, os investidores ainda têm críticas sobre a rentabilidade dos empreendimentos. A taxa interna de retorno do projeto, desalavancada, é criticada pelas empresas desde a apresentação do pacote e não está sendo alterada. O governo está priorizando mudanças nas condições de financiamento, o que melhora somente a taxa alavancada. É pouco provável que haja apetite da iniciativa privada, resume um executivo.

Mudanças nos números do Planalto também têm causado desconforto. Nas apresentações feitas a potenciais investidores, Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), informou que a taxa interna de retorno alavancada para os projetos de ferrovia estava sendo estimada entre 13% e 16% ao ano. Esse foi o número usado nas palestras realizadas em São Paulo e Brasília. Mas nas apresentações no exterior, que já passaram por Nova York e Londres, a mesma taxa foi anunciada entre 9,26% e 12,5% ao ano. Houve uma dissonância e isso causa insegurança. O governo precisa afinar o discurso, afirma um executivo.
Apesar dos receios, a iniciativa privada demonstra interesse no negócio. O que mais agrada é o fato de o futuro concessionário não estar sujeito ao risco de demanda. Esse será um problema exclusivo do governo, responsável pelos pagamentos. Com isso, resta ter a garantia de que o concessionário será remunerado pelo governo durante os 35 anos de contrato.

Estão no aguardo das regras definitivas para avaliar a real participação no pacote as subsidiárias de grupos oriundos da construção, como CCR (controlada por Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido), Odebrecht TransPort, Triunfo Participações e Investimentos (TPI) e Invepar (de Previ, Funcef, Petros e OAS). Também sinalizam interesse companhias ligadas ao setor de commodities, como a Cosan, e até a recém-criada Estação da Luz Participações (EDLP).

Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), diz que tantos receios são decorrentes do fato de o modelo para ferrovias ser uma novidade no país. Tudo que é novo gera incerteza. As concessões de estradas, por exemplo, já estão consagradas. Qualquer empresa especializada já sabe tudo sobre as regras de rodovias, afirma.

Nos contatos atuais de concessão de ferrovia, firmados na década de 1990, as concessionárias eram responsáveis pelos investimentos na infraestrutura (trilhos e dormentes, por exemplo) e também podiam movimentar seus trens na malha. Atualmente, América Latina Logística (ALL), MRS Logística e Vale são as principais empresas que atuam em concessões de ferrovia no país.


Mas, na visão do Planalto, os contratos causaram monopólio, dificuldades excessivas ao desenvolvimento da concorrência e subutilização de parte dos trechos.



Por isso, no novo pacote cada empresa interessada deve escolher: ou investe na via como concessionário ou atua como transportador de cargas. Muitos interessados ainda não decidiram qual será a atuação.


Para Godoy, o governo já está tomando medidas para mitigar a percepção de risco da decorrente da novidade do negócio. Na semana passada, por exemplo, o Planalto anunciou que vai antecipar 15% da remuneração à concessionária antes mesmo de a obra ser terminada. Mesmo assim, o presidente da Abdib defende que o modelo precisa ter mecanismos que garantam segurança jurídica, estabilidade regulatória e rentabilidade adequada.

Outra dúvida que permanece entre os envolvidos no setor é o plano do governo para quatro trechos, incluído no pacote das novas concessões, que atualmente já estão sob administração da iniciativa privada. São ferrovias de América Latina Logística (ALL), MRS Logística, Transnordestina Logística e Ferrovia Centro Atlântica (FCA).
Para os trechos que estão concedidos, o governo irá celebrar acordos com as atuais concessionárias objetivando a devolução para que possam ser disponibilizados para novas concessões, diz posicionamento enviado pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que coordena o assunto. Quase sete meses após o lançamento do pacote, no entanto, o governo ainda não concluiu a negociação e também não divulga detalhes sobre o plano.

Demanda de cargas pode demorar até uma década
O fato de a estatal Valec comprar do concessionário toda a capacidade de movimentação nas futuras ferrovias acende um alerta para os especialistas do setor, para quem governo vai assumir ônus demais. Em alguns casos, a demanda necessária para superar os custos nos trechos concedidos pode demorar até uma década após a sua construção.

Os trechos vistos com mais receio pelos especialistas são os paralelos e próximos à costa, onde o modal rodoviário é considerado mais rápido e barato. A ferrovia entre Recife (PE) e Salvador (BA) é considerado como um dos que menos atrairão interesse de possíveis transportadores. Outro visto como de fraca demanda é a linha entre São Paulo (SP) e Rio Grande (RS). Já o primeiro trecho a ser leiloado, entre Açailândia (MA) e Belém (PA), deve ter demanda forte. Assim como o Ferroanel, no Estado de São Paulo.

Paulo Fleury, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos, consultoria especializada no assunto), diz que a demora no surgimento de uma demanda robusta é considerada mesmo com programas de incentivo governamental à cadeia de clientes - por exemplo agricultores. O prazo de dez anos, diz, consta nos estudos do próprio governo.

Dentro desse tempo, a Valec continuará comprando toda a capacidade de movimentação da ferrovia mesmo que não haja transporte de cargas, utilizando recursos do Tesouro. Esse benefício de o concessionário não ter risco de volume é um erro fundamental, defende Fleury. Como, sem subsídio, as ferrovias provavelmente não sairiam do papel, Fleury defende um compartilhamento de riscos, para forçar a iniciativa privada - que visa lucros - a procurar mais clientes para a malha.

Conforme noticiou o Valor, o governo prevê a necessidade de entrar com um subsídio em torno de 40% de todo o investimento planejado. Tomando como base o investimento anunciado de R$ 91 bilhões, isso significa que cerca de R$ 36 bilhões sairão do Tesouro ao longo dos 35 anos de duração dos contratos.

Segundo Paulo Resende, professor da Fundação Dom Cabral, há ainda um desafio para a Valec incorporar um comportamento de mercado. Como, no fim das contas, vai ser responsável por pagar a infraestrutura da ferrovia, seria importante ela buscar mais clientes para estradas de ferro e potencializar receitas - algo visto como de difícil execução. Administrar a demanda é difícil até para a iniciativa privada. A Valec deveria passar por uma reestruturação e um aparelhamento técnico, defende.

Relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), adiantado pelo Valor em dezembro, sustenta a preocupação de Fleury e Resende. A análise conclui que a capacidade comprada pela Valec tende a ser bem maior que a demanda por trens, ao menos no período inicial de concessão. Isto pode levar a um desbalanceamento excessivo entre custo (fixo) e receita (incerta, apesar de crescente), diz o texto assinado por Fabiano Pompermayer, Carlos Campos Neto e Rodrigo Sousa.

Em maior ou menor tempo, a demanda deve ser liderada pelas commodities, acreditam as fontes ligadas ao setor, diz Luis Henrique Teixeira Baldez, presidente da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut, que representa empresas como CSN, Gerdau, Usiminas, Klabin e Bunge). Tenho conversado com muita gente e todos estão aguardando as regras, resume.

Rodrigo Vilaça, presidente da Associação Nacional de Transportadores Ferroviários (ANTF), acredita que haja pelo menos seis empresas potencialmente interessadas em comprar da Valec cotas de movimentação e transportar cargas - como JSL, Brado Logística, Rumo (da Cosan) e Estação da Luz Participações (EDLP).
Principal operadora de logística ferroviária, a América Latina Logística (ALL) cogita participar como transportadora de cargas, mas também não descarta ser concessionária de novos trechos segundo informação recente de um executivo da empresa. A MRS não demonstra forte interesse, mas ainda não descarta completamente a participação.

Grande interessada em transportar cargas nas novas ferrovias é a mineradora Vale, que está elaborando os estudos de demanda sobre os trechos. A empresa, no entanto, já descarta ser concessionária de novos trechos. A Rumo Logística, do grupo Cosan, é outra interessada.