Fonte : Diário de Pernambuco
O crescimento da população brasileira chegará ao ápice em 2030, com 208 milhões de habitantes. Nos anos seguintes, a estimativa é de queda progressiva para 205,6 milhões em 2040. A previsão é do boletim Tendência demográficas apontadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Administrativa (Ipea).
Segundo a pesquisadora Ana Amélia Camarano, o resultado do estudo reflete o envelhecimento da população e a taxa de fecundidade nas últimas décadas, que começou a cair nos anos 1990. Em 1950, a taxa era de 6,2 filhos. Hoje, o número de filhos por mulher é 1,7.
"Nossa projeção vem caindo e, entre 2030 e 2040, deve se aproximar da taxa do Japão, que é de um filho por mulher, abaixo do nível de reposição da população”, afirmou Ana Amélia. Segundo ela, a fecundidade tem espaço para cair entre as mulheres pobres e nas regiões Norte e Nordeste, onde o número de filhos está em torno de dois.
A queda da fecundidade ocorreu em todas as faixas etárias. A taxa entre as adolescentes vem caindo desde 2000. Para efeito de comparação, em 1992 era de 91 filhos nascidos vivos por 1 mil mulheres. Em 2011, de 51.Nessa linha, a população brasileira deverá chegar a 208 milhões em 2030 e, a partir daí, diminuir.
Se confirmado, isso afetará o mercado de trabalho, em que a oferta de mão de obra chegaria a 156 milhões em 2030 e cairia para 152 milhões em 2040 (pessoas com idade ativa). A tendência é de um acelerado envelhecimento populacional.
Camarano destacou a queda da taxa nas regiões Norte (3,3 filhos por mulher em 1992 para 2,0 filhos em 2011) e Nordeste (3,6 filhos para 2,0). O Sul atingiu 1,6 filho, e o Sudeste 1,7. Isso mostra que a taxa nacional vem se tornando mais homogênea ao longo do tempo.
A pesquisadora ressaltou também o aumento da proporção de mulheres cônjuges que contribuem para a renda das suas famílias, de 39,1% para 66,3% no mesmo período. Já população idosa cresceu: cerca de 23 milhões de brasileiros com mais de 60 anos em 2011.
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